terça-feira, 30 de setembro de 2008

Podcast - Futebol de Mesa - Edição 8

Está no ar mais uma edição do Futebol de Mesa, o podcast do Comancheiro Futebol Chope.

Para ouvir o podcast desta semana, clique aqui para baixar o MP3 ou ouça online no player aí ao lado.
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Na edição de hoje, eu (Leonardo Botti), Abimael Forquilla e Gabriel Foots falamos muito sobre uma das melhores rodadas desse Campeonato Brasileiro da Série A, Série B e futebol internacional.

Tem também sugestões para a Campanha Fica Ronaldo, a metáfora do Everest (mais uma vez), a filosofia de trabalho non-sense e dadaísta do Vasco da Gama, além de combatermos a campanha preconceituosa de nossa imprensa, que vira as costas para o talento dos jogadores que vêm do exterior (vide o grande Pablo Escobar, do Ipatinga).

Para que esse Brasileirão fique marcado na história do futebol mundial, também iniciamos uma campanha para que 5 times sejam rebaixados para a Série B de 2009. Saiba porque.

Não perca - Abimael abre seu coração e faz uma grande revelação. Sem falar na eleição dos fanfarrões da semana, que traz uma surpresa para os amantes das rosas.

Temos ainda o Minuto-Torcedor, com as participações do corintiano Rogério Roma, do são-paulino Marcos Lúcio e do palmeirense Carlos Sandano. Seja bem-vindo!

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Seguem os vídeos citados neste podcast:

O gol de bicicleta contra (é o primeiro gol da partida)


A entrevista de Roberto Brum

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A estrela de Dunga

O Dunga é um cara de sorte.

Na semana em que ele justifica a não convocação do Ronaldinho devido a uma suposta falta de ritmo de jogo (e as Olimpíadas, cara pálida?), o Gaúcho marca o único gol de um dos maiores clássicos do mundo, depois de fazer um lançamento do meio de campo para o Kaká e correr na área para cabecear.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Esse Marcos parou no tempo, viu

Essa é pra você, jovem leitor, acostumado com Robinhos e Ronaldos. Saiba que houve um tempo em que jogadores de futebol tinham o chamado "amor à camisa". Eu sei, hoje em dia o que vale é o profissionalismo. O jogador tem que procurar o que é melhor pra ele.

Mesmo assim, tem gente parada no tempo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Só com a ajuda de Soldado Imperial mesmo...

Tem zaga brasileira que precisa muito de uma ajuda assim.

A coisa andava tão feia para o Beckham e o seu L.A. Galaxy - eles não venciam há 12 jogos lá nos EUA - que ele chamou reforço.


Deu certo, o time dele venceu o DC United por 5 a 2 no último final de semana. Fica a dica.

Qatar terá estádio subterrâneo

O Al-Ahli do Qatar apresentou o projeto de seu novo estádio, a ser concluído em 2010, com capacidade para 11.000 pessoas. O inusitado é que o estádio fica abaixo do nível do solo. Foi a saída encontrada pelos engenheiros da MZ & Partners para diminuir os efeitos do forte calor local.

Embora fique a céu aberto, como o estádio ficará abaixo do nível do solo, será possível se utilizar de um sistema de ar-condicionado para auxiliar no controle da temperatura.

Quem estiver de fora, poderá ver apenas a parte de cima da arquibancada principal:

Por causa desse design, o estádio já está sendo conhecido como "O Laptop".

Essa será a visão de um dos camarotes:

É, tá sobrando dinheiro lá.

Podcast - Futebol de Mesa - Edição 7

Está no ar mais uma edição do Futebol de Mesa, o podcast do Comancheiro Futebol Chope.

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Na edição de hoje, eu (Leonardo Botti), Abimael Forquilla e Gabriel Foots falamos muito sobre o Campeonato Brasileiro (séries A e B), a emocionante Copa Sul-Americana, campeonatos europeus e de mais uma etapa da grande Fórmula Superliga.

Temos ainda a participação de nosso correspondente na China, Felipe Corazza, falando da "analogia do Everest" usada pela comissão técnica gremista e da memória seletiva de um dirigente brasilero, fã dos destilados.

Temos ainda o Minuto-Torcedor, com as participações do santista Luciano Emiliano, do corintiano Rogério Roma, do são-paulino Marcos Lúcio e a estréia do palmeirense Carlos Sandano.

domingo, 21 de setembro de 2008

É TDB!

O botafoguense não é normal. Definitivamente. Experimente conversar com um! Você fala para ele: “Diga o nome de um atacante matador que vestiu a camisa alvinegra e deixou saudade”. Ele diz na lata: “Sinval”. Você acha que não escutou direito e decide passar para outra: “Que técnico tem a cara do Fogão e seria bem-vindo de volta ao clube”? Ele responde, já meio emocionado (botafoguense chora fácil): “Carlos Alberto Torres”. Então, desorientado, você coloca uma última questão: “Qual o título do Botafogo que marcou sua vida”? E ele responde, não contendo mais as lágrimas: “Ah, inesquecível mesmo foi a Conmebol de 1993”!

O botafoguense é assim. Por isso, nem causou muito espanto a notícia de que o time do Botafogo está concentrado e focado na conquista da Copa Sul-Americana! A Sul-Americana é hoje o que a Conmebol foi ontem, ou seja, nada. Mas, para o botafoguense, uma Conmebol mais uma Sul-Americana dá muito bem um bicampeonato continental, como não?! As recentes declarações do goleiro Castillo (cada vez mais com jeito de botafoguense) não deixam dúvida de que o time alvinegro vai lutar pela Sul-Americana com ainda mais paixão do que o Fluminense lutou pela Libertadores. “Essa competição é tudo de bom”, falou o uruguaio. Para o flamenguista, tudo de bom (TDB, como dizem por aí) é Juliana Paes. Para o vascaíno, é a Mulher Melancia. Para o fluminense, é Sabrina Sato. Para o botafoguense legítimo, é a Copa-Sul Americana... A vida é isso. A vida é sonho.

Animado com a perspectiva de mais uma expressiva conquista internacional, Carlos Augusto Montenegro, o cartola TDB, eterno ídolo da torcida, não resistiu e anunciou: vai ser candidato a presidente do clube. Montenegro é o presidente do Ibope há mais de trinta anos. Homem de números, com o bolso cheio de estatísticas. Já dirigiu o Fogão e foi campeão brasileiro em 95. O anúncio de sua candidatura, ao contrário do que aconteceria em qualquer outro clube do país, não despertou a ira da oposição nem desencadeou uma enxurrada de acusações gratuitas, denúncias e xingamentos pela imprensa. Nada. Nem uma palavra. Até porque, até agora, ninguém, além de Montenegro, parece interessado em ser presidente do Botafogo. “Senti que baixou um astral negativo de uma hora para outra”, explicou o cartola, justificando sua candidatura e salvando o clube da situação inusitada – mesmo tratando-se de Botafogo – de ficar sem presidente por falta de candidato ao cargo.

A primeira entrevista de Montenegro como candidato mostra que o homem continua lúcido. Não é do tipo que se deixa dominar pela paixão. Começa com esta delicada imagem poética: “O Botafogo é uma cachaça, um vício”. Em seguida, o dirigente, mostrando profundo conhecimento de estatística, fala uma verdade que estava aí no ar e ninguém ainda havia tido coragem de dizer: “O Botafogo enche muito mais estádio do que a Seleção Brasileira”. Quando a gente vê o presidente do Ibope dar esse tipo de declaração, começa a pensar se dá mesmo para levar a sério aquelas pesquisas que dizem que a torcida do São Paulo é a terceira do Brasil... E o homem vai além: “O nosso time de hoje é até melhor do que o do Brasil”. Como se isso fosse vantagem...

Uma coisa, contudo, preocupa o dirigente botafoguense: a falta de identificação do torcedor com o novo estádio do clube, o Engenhão. Acostumada a vibrar em Caio Martins, onde se fazia ouvir e até dava a impressão de ser numerosa, a torcida do Botafogo ainda se sente tão a vontade no estádio do Pan quanto o Gil dentro da grande área, ainda fica constrangida de atirar muletas, dentaduras e cabeças de boneca no gramado, entre outros incríveis objetos que, nas mãos de um botafoguense, podem virar arte conceitual de uma hora para outra. Mas Montenegro também já sabe o que fazer para deixar o Engenhão com a cara do Fogão: “O estádio precisa de um mastro bem grande com a bandeira do Botafogo, que possa ser visto de todo o Rio de Janeiro”. Mastro, Montenegro?! Quem gosta de mastro é são-paulino! O Engenhão precisa é de uma estátua com duas vezes o tamanho do Cristo Redentor, simbolizando uma grande conquista! Uma estátua em homenagem ao título da Conmebol 93, pronto! Uma estátua gigante, em pedra sabão, de Sinval, o matador! A torcida botafoguense vai passar a chamar o estádio de “Sinvalzão” e nunca mais vai ter saudade de Caio Martins, pode anotar!

Finalmente, Montenegro encerrou sua entrevista de maneira apoteótica. Botafoguense que se preze não consegue falar meia hora sem dizer pelo menos uma vez o nome de Túlio Maravilha, seguido sempre de odes e hinos de louvor. O dirigente quer o atacante de volta ao clube. Aproveitou para dizer que tem veterano que ainda dá no couro e tem veterano que só atrapalha, tipo... Edmundo! “O Vasco entra em campo com menos um”, provocou. Vê-se que Montenegro não tem acompanhado o Campeonato Brasileiro... O Vasco entra em campo com menos onze! O cartola encerrou garantindo à torcida que vai começar sua gestão com uma contratação bombástica, fora Túlio, que já é de casa: “O clube precisa de um atleta que venha para fazer a diferença. Um jogador do meio para frente. Um que faça gols, um que as crianças queiram entrar com ele em campo e as pessoas comprem camisas”. Em resumo, um tudo de bom! TDB! Num clube normal, ele estaria falando de Carlitos Tevez, Valdívia, Ronaldo Fenômeno. Mas Botafogo é Botafogo... A gente nunca sabe... Tá mais pra Sinval, hein! Sinval TDB! Sinval, o matador!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Brasileiros na Champions League - Quarta, 17/Set

O Porto, que tem um elenco com 14 jogadores sul-americanos, venceu o Fenerbahçe de Alex, Roberto Carlos e Deivid por 3 a 1. O terceiro gol do time português foi marcado pelo brasileiro Lino, lateral-esquerdo que passou por Corinthians, São Caetano, São Paulo, Figueirense, Fluminense...



Na França, o Lyon de Juninho Pernambucano mostou que o fair-play não é uma de suas virtudes. Jogando com a Fiorentina, que ganhava por 2 a 0 a essa altura da partida, o ataque do time francês não se importou em ver o zagueiro Luciano Zauri caído dentro da área e ainda aproveitou a posição do jogador para não entrar em impedimento e marcar o seu primeiro gol, que abriu caminho para o empate em 2 a 2.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Brasileiros na Champions League - Terça, 15/Set

Participação dos brasileiros na rodada de ontem da Champions League:

1) O Chelsea de Felipão ganhou fácil do Bordeaux por 4 a 0.


2) Na grande surpresa da rodada, a brasileiríssima Roma perdeu em casa, de virada, para o Cruj da Romênia. A estrela do jogo foi o argentino Juan Culio, autor dos dois gols do time romeno.


3) Já a Inter de Milão venceu o Panathinaikos de Gilbero Silva, Gabriel e Souza por 2 a 0, fora de casa. Os gols foram marcados por Mancini e Adriano, que não marcava gols pela Inter desde outubro de 2007. Mesmo porque ele passou o primeiro semestre aqui no Brasil.


4) Esse é pra matar a saudade de torcedores do Furacão. Os ex-atleticanos Jadson e Fernandinho garantiram a vitória do Shakhtar Donetsk sobre o Basel, fora de casa, por 2 a 1.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Podcast - Futebol de Mesa - Edição 6

Como você já sabe, toda terça-feira, perto da hora do almoço, você ouve aqui uma edição inédita deste bate-papo gravado em algum boteco da cidade de São Paulo.

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Está no ar a sexta edição do Futebol de Mesa, o podcast do Comancheiro Futebol Chope. Na edição de hoje, eu (Leonardo Botti), Abimael Forquilla e Gabriel Foots recebemos um convidado especial, o carioca Gustavo Mazzola, botafoguense e amante do futebol como nós. Graças a ele, conseguimos reconhecer a revolução tática que o Vasco está promovendo no futebol atual. Saiba tudo no podcast.

Como sempre, falamos muito sobre o Campeonato Brasileiro (séries A e B), além de analisarmos os grupos da Liga dos Campeões da Europa que começa hoje.

Felipe Corazza foi finalmente libertado na China e traz para nós um furo de reportagem que envolve o futebol australiano e um certo "cabeça de área de Notre-Dame", o cara que está levando para o campeonato local "o olhar do guerrilheiro" que lá faltava.

Temos ainda o Minuto-Torcedor, com as participações do santista Luciano Emiliano, do corintiano Rogério Roma e a estréia do são-paulino Marcos Lúcio. Sem falar na sempre divertida eleição do Fanfarrão da Semana.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Europeus

Na Inglaterra, Robinho fez até gol de falta na sua estréia pelo Manchester City. Mas não foi o bastante para bater o Chelsea do Felipão, que venceu por 3 a 1.


Ainda na Inglaterra, apesar do Manchester United sair na frente com gol de Tevez, O Liverpool virou e venceu por 2 a 1. O Prêmio Clemer da semana vai para a saída do Van der Sar no primeiro gol do Liverpool.


Na Itália, o Milan perdeu mais uma, dessa vez para o Genoa. Só não entendi a trilha sonora desse vídeo ("Again" - Lenny Kravitz). Ah, tá. Peguei.


Na Alemanha, Thiago Neves estreou no Hamburgo e ajudou seu time a vencer o Bayer Leverkusen do ex-flamenguista Renato Augusto por 3 a 2 e seguir na liderança da Bundesliga.


Na Espanha, após vencer o Barcelona na primeira rodada, o Numancia enfrentou o Real Madrid fora de casa. Liderou o placar por duas vezes mas acabou perdendo por 4 a 3.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Futebol globalizado

Deve ser mais ou menos assim que o Felipão dá suas instruções para o elenco multinacional do Chelsea.



Comentário de Abimael Forquilla: "O que há em comum entre jogadores do mundo todo é que eles nunca entendem as instruções do técnico, qualquer que seja o idioma falado pelo 'professor'."

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

No mundo real é assim

Pra quem não é torcedor da equipe deve ser tão emocionante quanto ver uma partida de golfe. Mas o fato é que o New York Red Bulls, time da MLS americana, está construindo sua Arena, ultra-moderna. Os torcedores da equipe podem acompanhar a construção ao vivo, através de uma câmera que transmite pela Internet 24 horas por dia, neste endereço.

Para você, torcedor, que vive sendo iludido com projetos e maquetes de novos estádios, principalmente agora com o Brasil sediando uma Copa, veja como é uma construção dessas na vida real.

Comentário de Abimael Forquilla: "Quem é o grande rival do New York Red Bulls? O Los Angeles Flash Power? Se é pra torcer pra time com nome de bebida energética, acho que já passou da hora de os brasileiros fundarem e inscreverem no campeonato o Miami Caracu com Ovo! Caracu com ovo é saudável e levanta o moral. Se tivessem dado uma boa dose para o Ronaldinho Gaúcho há alguns anos, ele não teria morrido tão novo."

Já não se fazem contusões como antigamente

Houve um tempo em que jogador de futebol se contundia com uma entrada de um Cocito, um Odvan ou um Gonçalves. Mas parece que esse tempo já passou.

Se você ainda não viu, veja abaixo que a moda agora é provocar contusões por motivos mais banais e estúpidos.

1) O italiano Gattuso não percebeu que o campo de treinamento tinha acabado e caiu dentro do banco de reservas. Machucou a cabeça e fraturou o pulso esquerdo. Culpou o gramado.


2) Já o argentino Fabian Espindola, atacante do Real Salt Lake, time que disputa o campeonato norte-americano de futebol, foi além. Machucou o tornozelo na comemoração de um gol que foi anulado.

"Hay que respeta"


A Bolívia respeitou. Olha no que deu.

Comentário de Abimael Forquilla: "Hay que respeta (sic), com certeza! Aqui é Brasil! Aqui é o melhor do mundo! Aqui é o atual campeão da Copa das Confederações, pô!"

4 gols em 10 minutos

Não perca a fé no futebol. Ok, o Brasil quebrou a série de 13 derrotas seguidas fora de casa da Bolívia. Mas é o Brasil. No final tudo dá certo e vamos para a Copa sempre como favoritos.

Veja por exemplo o que aconteceu ontem pelas Eliminatórias Européias. Jogando em casa, Portugal vencia a Dinamarca por 1 a 0 desde os 42 minutos do primeiro tempo (Nani). Estamos nos 39 do segundo. Nicklas Bendtner empata para a Dinamarca. Dois minutos depois, Deco dá a vantagem aos portugueses de pênalti. Num esporte normal, isso seria um golpe fatal. Não no futebol...



Comentário de Abimael Forquilla: "Comparado à narração dos gols da Dinamarca pelo locutor português, o fado até que não parece tão tristinho."

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Podcast - Futebol de Mesa - Edição 5

A gente falha mas não tarda demais. Como você já sabe, toda terça-feira, perto da hora do almoço (tem gente que almoça tarde), você ouve aqui uma edição inédita deste bate-papo gravado em algum boteco da cidade de São Paulo.

Na edição de hoje, eu (Leonardo Botti), Abimael Forquilla e Gabriel Foots falamos sobre Eliminatórias da Copa do Mundo ao redor do mundo e explicamos porque o Suriname briga por uma vaga da CONCACAF embora fique geograficamente na América do Sul. Ainda tem o Campeonato Brasileiro e a rodada que aconteceu em algum lugar do passado, além da indicação das personalidades do esporte que apresentaram o maior índice de fanfarronice na última semana.

As participações especiais continuam com o Minuto-Torcedor, mas para os fãs de nosso correspondente Felipe Corazza e de Irineu Perpétuo, infelizmente não temos boas notícias. Entenda tudo ouvindo a quinta edição do nosso podcast.


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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Alcatraz (ou Passaporte para a Confusão)

Feliz da vida com a transferência para o Manchester City e empolgado por enfrentar uma defesa tão bem postada como a chilena, Robinho aproveitou o final de semana nos Andes para fazer o que realmente gosta: falar mal do Real Madrid. Entre outras coisas, disse que preferia “vender pastéis no mercado” a continuar jogando pelo clube espanhol. Se Robinho tiver para pasteleiro o mesmo talento que tem para pipoqueiro, já tem uma nova carreira para começar, quando decidir fazer o que Ronaldinho Gaúcho decidiu há muito tempo – parar de jogar.

O Robinho só não pipoca contra o Chile porque ali pipoca estrangeira não tem vez. O Chile não precisa que venha um especialista de fora ensinar como é que se dá aquela pipocada gostosa! Apesar de que o maior pipoqueiro do time, El Mago Valdívia, nasceu na Venezuela... E a equipe é dirigida pelo argentino Marcelo Bielsa, grão-mestre pipoqueiro consagrado internacionalmente com comendas e distinções. Principalmente na Suécia e na Inglaterra, onde é cultuado desde a Copa de 2002 e ainda há de dar nome a bucólicas pracinhas. O Bielsa é, enfim, praticamente o Pelé da pipoca! É... Está certo... Craque venezuelano, técnico argentino... Essa pipoca chilena é meio paraguaia!

O fato é que, de vida nova, Robinho voltou a ser referência e a influenciar o futebol brasileiro. O desfecho surpreendente de sua novelinha, em que traiu o Real Madrid namorando o Chelsea e, depois, entregou-se facinho ao Manchester City, tem inspirado muita gente no Brasil. O Vasco (sempre o Vasco; é impressionante!), não satisfeito com o que já fez de bagunça este ano, surpreendeu o mundo, provou que pode ainda mais do que se imaginava e, sim, aprontou mais uma. O Vasco acertou com o Sharjah, dos – adivinhe – Emirados Árabes, a venda do atacante Jean. Até aí, tudo bem. Jean era reserva, quase não vinha sendo aproveitado, criou tumulto há pouco tempo ao tretar com o Edmundo, vivia resmungando, reclamando de tudo, com cara de coitado, e treinava com aquele entusiasmo de paciente desenganado pelos médicos. Mas, se os árabes acham que o clima ameno do deserto pode deixá-lo mais alegrinho que o Vampeta, tudo bem: querem que embrulhe ou vão levar assim mesmo? Manoel Fontes, o vice de futebol do clube, tratou logo de fechar negócio. Jean, aliviado, fez questão de zerar a conta, pra não levar mágoa na bagagem: despediu-se de todos os colegas, um por um. Fez as pazes com Edmundo, desejou boa sorte aos que ficam, deu bons conselhos aos mais jovens e até quis abraçar o técnico Tita. Pois não é que o treinador vascaíno, que nunca reparou muito em Jean quando ele estava lá esperando uma chancezinha de jogar, resolveu dar uma de marido traído na hora da despedida! Passou um sabão no jogador e exigiu sua permanência em São Januário. Com vôo marcado às pressas para domingo, Jean deixou Tita falando sozinho e foi cuidar da vida. Fez as malas e foi para o aeroporto. Quando estava na fila do check-in, notou que seu celular tocava e, ingênuo, tolinho, atendeu. Era Roberto Dinamite. Depois de dias procurando em meio a uma papelada embolorada dos diabos, o presidente do Vasco finalmente encontrou uma cópia do contrato do clube com Jean. Com multa rescisória estipulada em R$ 18 milhões, o que, evidentemente, nem Jean, nem os árabes, nem o próprio Dinamite, ninguém sabia até então. Dinamite bateu o pezinho e, tipo assim, ignorando completamente o acordo firmado pelo vice Manoel Fontes, cobrou dos árabes o dinheiro. Os árabes, levemente desconfiados de que o Brimo Dinamite tentava passá-los para trás, não aceitaram pagar mais nada. E Jean, bem orientado, bem assessorado, como sempre são os atletas brasileiros, ficou tão apatetado com a notícia, que perdeu o vôo e não saiu do Rio. Tita, vingado em sua honra de macho ferido, quer que o atacante se apresente imediatamente no clube e está ansioso para poder voltar a não o utilizar para nada. Jean, mais envergonhado do que torcedor da Portuguesa quando chega à puberdade, diz que não tem “nem cara para voltar”.

Quer saber o que é realmente o Vasco da Gama? Esqueça os jogos do time! Vá à locadora mais perto e leva pra casa Alcatraz – Fuga Impossível! Se não tiver, pegue Passaporte para a Confusão, que, ao contrário do que o nome sugere, não é sobre a emocionante história da transferência de Jean para o futebol árabe: é só mais uma daquelas comédias americanas que, normalmente, a gente vê sem saber por que, mas que, para um coração sensível e machucado como o do torcedor vascaíno, pode ser uma verdadeira lição de vida.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Se não sabe jogar futebol...

O futebol americano está longe de ter um bom nível competitivo. Só pra deixar claro, aqui eu falo do "soccer", como eles dizem. Pegue, por exemplo, o New England Revolution. É um dos times em melhor colocação na classificação da MLS, a liga de futebol de lá. Pois na disputa da fase preliminar da CONCACAF Champions League (sim, isso existe!), eles foram eliminados por um time de Trinidad e Tobago, o Joe Public FC.

(Antes que você durma...)

Mas esses caras sabem promover um evento. O vídeo abaixo foi criado pelo pessoal do Kansas City Wizards, um dos piores times da liga. Os "atores" são jogadores da equipe.



Enquanto isso, o futebol brasileiro gera vídeos bem menos divertidos...



quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Ultra-imbecis

Veja imagens da chegada tranqüila dos Ultras, torcedores do Nápoli da Itália, ao terminal de trem de Roma, no último final de semana. O governo italiano quer proibir esses torcedores de assistirem jogos fora de casa até o final do campeonato.

Mas por que?

Thiago Carleto sabe o que diz

Santos 2 x 0 Vitória. Celebrando a fuga temporária da zona de rebaixamento, os jogadores do Santos saíram de campo na Vila Belmiro como se tivessem conquistado uma Copa Sul-Americana. Kléber Pereira chegou a dizer que "só não choro aqui porque sou muito forte", o que me lembrou aquele episódio da TV Pirata em que o Guilherme Karam, como Zeca Bordoada, diz na TV Macho que "eu só não choro porque eu me seguro, eu me seguro!".

Mas, em matéria de declaração, nada bateu o lateral Thiago Carleto. Falando ao repórter da rádio Bandeirantes, Carleto comemorava a titânica vitória sobre o potente Vitória, time do falecido ACM. Carleto, um sábio entre trogloditas, mostrou que ainda há autocrítica no Santos, apesar do Chulapa.

A declaração foi a seguinte: "Hoje, no Campeonato Brasileiro, não tem time mais unido do que o Santos. Pode ter melhor, mas, mais unido, não!". Não tenho acompanhado como queria os jogos do peixe rumo à segundona, logo, não sei o que Carleto vem fazendo pelos pastos do Brasil afora. Mas, se o rapaz não for um bom lateral, podia passar a ser o porta-voz da comissão técnica.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A catimba do tenista sérvio

Novak Djokovic é um tenista singular. Além da qualidade de seu jogo, o sérvio é conhecido no circuito mundial pelo bom-humor e as impagáveis imitações de seus colegas tenistas.



Ele também ganhou destaque na mídia durante as Olimpíadas, pouco pelo bronze em sua modalidade e muito pelo suposto romance com Leryn Franco, a musa paraguaia do lançamento de dardo, citada na edição 3 do nosso podcast.

Agora Djokovic mais uma vez gera comentários de seus colegas pelo seu estilo catimbeiro e "cai-cai". Após ser derrotado nas oitavas de final do US Open na última terça-feira, o espanhol Tommy Robredo reclamou dos diversos pedidos de atendimento médico que o sérvio solicitou ao longo dos cinco sets disputados.

A regra permite que os tenistas peçam atendimento sempre que sentirem dores durante uma partida. Mas parece que o sérvio tem usado dessa brecha para esfriar momentos difíceis do jogo e irritar adversários. Somente nessa partida, ele sentiu dores na coxa, reclamou de uma dor de estômago e sofreu com uma torção no tornozelo.

É a catimba argentina e uruguaia derrubando fronteiras.



Comentário de Abimael Forquilla: "Se a catimba do Djokovic é usada para esfriar o adversário em momentos difíceis do jogo, então não tem nada a ver com Uruguai nem Argentina. A catimba uruguaia, que os argentinos copiaram na cara-de-pau e hoje juram que inventaram, é uma obra de arte. Verdadeira jóia da dramaturgia, fundamental para o desenvolvimento do teatro no século XX, pode ser aplicada em qualquer momento da partida, independentemente de quem a esteja ganhando e de estar fácil ou difícil. Às vezes é usada por puro capricho ou só para não se perder o costume. O uso utilitário da catimba uruguaia por Djokovic desvirtua a pureza e ingenuidade do gesto. Ele que trate de ver uns VTs de jogos de Hugo de León e aprenda a fazer direito o negócio!"

Não confunda "Xeneizes" com "Chineses"

Gosto muito do CQC. Mas eles erraram feio. No quadro "Top Five" do programa da última segunda-feira – que elege as 5 maiores gafes da TV na semana – eles incluíram um vídeo do Gazeta Esportiva, programa diário de esportes da TV Gazeta de São Paulo, onde a apresentadora Michelle Gianella lia a notícia sobre a conquista da Recopa Sul-Americana pelo Boca Juniors. Onde ela diz "os xeneizes conquistaram a Recopa Sul-Americana pela quarta vez", algum produtor louco para incluir mais uma suposta gafe no "Top Five" entendeu que "os chineses conquistaram..." e viu ali um erro.



Se o responsável por isso fosse leitor deste blog, saberia exatamente o que é o “Espírito Xeneize” e teria evitado esse problema.

Comentário de Abimael Forquilla: "Era inevitável que, trabalhando na Bandeirantes e encontrando nos corredores, cafezinhos e fumódromos Luciano do Valle, Luís Ceará e Oscar Roberto Godói, Marcelo Tas e a turma do CQC pegassem um pouco o jeito deles. Até Einstein ficaria meio matusquela, se tivesse colegas como esses! Conviver com a equipe de esportes da Band é coisa que nem Nabi Abi Chedid, que chamou Tas de ignorante nos anos 80, desejaria a ninguém."

Robinho-mania

Muito já foi dito sobre a transferência de Robinho para o Manchester City, o Manchester que não ganha nada há 40 anos no futebol inglês. A maioria não muito favorável à decisão do brasileiro. E os motivos são muitos. Mas esse blog faz jornalismo sério. Aprendemos na faculdade - há alguns anos já - que os dois lados de uma história devem ter voz.

Imagem exibida no site do Manchester City

Há uma pequena parcela da população mundial extasiada com tudo isso. São os torcedores do City. Primeiro recebem a notícia de que o clube foi comprado por um bilionário árabe que promete transformá-lo no maior do mundo em pouco tempo. No mesmo dia, Robinho é contratado e indicado como o líder do time que está para ser montado. (Ok, aqui pode ser que não haja muito o que comemorar. Aconselhado por seu procurador, um ano depois ele pode convocar uma entrevista coletiva num sábado à noite e dizer que está louco pra sair e que só jogando pelo Al-Ain ao lado do Valdívia é que ele vai conseguir ser o melhor do mundo.) Ainda assim, sempre causa euforia a contratação de um grande jogador. O vídeo abaixo, de um canal de TV local, dá uma boa idéia do que está acontecendo por lá - o vídeo não tem legendas mas é bem ilustrativo.



Um dos torcedores mais ilustres do clube, Noel Gallagher, guitarrista e mentor do Oasis, uma de minhas bandas favoritas, já anda provocando os torcedores do rival Manchester United dizendo que "é muito bom saber que agora cada litro de gasolina que um torcedor do United compra vai engordar a nossa verba para contratações".

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Podcast - Futebol de Mesa - Edição 4

Como você já sabe, toda terça-feira, perto da hora do almoço, você ouve aqui uma edição inédita deste bate-papo gravado em algum boteco da cidade de São Paulo.

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Está no ar a quarta edição do Futebol de Mesa, o podcast do Comancheiro Futebol Chope. Esta edição é dedicada a Robinho e todo o seu know-how em administração de carreira. Ele deveria escrever um livro e conduzir palestras sobre o tema quando parar de jogar futebol.

Na edição de hoje, eu (Leonardo Botti), Abimael Forquilla, e Gabriel Foots falamos sobre Campeonato Brasileiro, a estréia da sensacional Fórmula Superliga, a esperteza de Robinho, o início dos campeonatos europeus, o conhecimento do povo paulista sobre nossos heróis olímpicos e uma idéia inovadora que está nascendo no bairro do Tucuruvi, Zona Norte da cidade de São Paulo.

Como sempre, temos a eleição do fanfarrão da semana, que passa pelos efeitos da velhice na crônica esportiva brasileira, por entrevistas coletivas no domingo de manhã e a vingança à la Portugal.

Sem falar nas participações sempre especiais. A Olimpíada já terminou, mas Felipe Corazza, nosso correspondente na China, não voltará tão cedo ao Brasil. Descubra porque. O Minuto-Torcedor retorna nesta edição com o santista Luciano Emiliano e o corintiano Rogério Roma e a estréia do palmeirense Rick Aguiar e do são-paulino Rafael Denardi.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Campeonatos europeus

Inglaterra - O Chelsea só empatou em casa com o Tottenham, mas segue na liderança da Premiere League com 7 pontos ganhos. O gol dos Blues foi marcado por Belletti (mais uma das frases que a gente nunca imaginava ler).


Espanha - Já o Campeonato Espanhol começou neste final de semana. Ainda sob efeito da viadagem de Robinho, o Real Madrid perdeu fora de casa para o La Coruña.


Itália - Também começando no final de semana, o Campeonato Italiano viu a boa estréia de Ronaldinho Gaúcho e a má pontaria de Shevchenko. Resultado: derrota para o Bolonha, recém promovido à primeira divisão.


Alemanha - Na Bundesliga, o Hamburgo - time que contratou Thiago Neves e lidera o campeonato - goleou o Arminia Bielefeld por 4 a 2.

Guarani é Brasil em São Manuel

Guarani de Campinas. O time que revelou ao mundo Edílson, o Capetinha, com uma bola que não entrou em cima do Palmeiras em pleno Palestra Itália. Lembra? Pois é, faz tempo. Mas o Guarani é a cara do Brasil. Não pela pindaíba nos cofres ou pelo estádio caindo aos pedaços. O Guarani, meus amigos, é bronze.

O bugre conquistou a medalha de bronze no Sub-18 Feminino dos Jogos da Juventude de São Manuel. Quer dizer, tem Guarani, Bronze e Juventude na parada. É quase um resumo da qualidade atual do futebol brasileiro.

No site oficial da agremiação, ficamos sabendo que, na semifinal, o time "não esteve num bom dia" e perdeu para as moçoilas de São José do Rio Preto. Isso apenas demonstra que o repórter estava mal informado e/ou mal intencionado. O Guarani estava em um ótimo dia. A intenção era justamente pegar pela frente o time de Franca, destroçar o pessoal da zona calçadista e garantir uma medalha de terceiro lugar nos peitos.

As meninas do Guarani pegando um bronze nos jogos da Juventude só não conseguem bater, em matéria de senso de oportunidade, o próprio site do bugre, que tem um link maroto para uma tal seção "Futebol Amador". Isso fica logo abaixo do calendário de partidas, que mostra o próximo certame masculino profissional do clube: contra o Ituiutaba, pela série C do Brasileiro.

Deus me livre!

A imprensa carioca bem que tentou, mas não conseguiu arrumar assunto para mais um capítulo na novela que se tornou a contratação de Márcio Careca pelo Vasco. Perguntaram ao vice-presidente de futebol do clube, Manoel Fontes, se é verdade que o Vasco, pra ter o jogador, vai mesmo brigar com o Barueri, time de Careca, na Justiça. O dirigente disse, em resposta, a única coisa que pode sair da boca de um homem de bem numa hora dessas: “Deus me livre”!

Enquanto o Vasco luta bravamente para convencer os repórteres do Rio a parar de perguntar por Márcio Careca, um de seus atletas, Madson, acha que o momento é oportuno para pedir aumento. Prometeram para o moleque, no começo do campeonato, que, se ele jogasse dez partidas como titular, receberia um adicional bacana, pra poder comprar um carro da hora e levar umas minas de Del Castilho pra dar rolê na Lagoa. Madson era reserva e não entrava nunca. Pois virou o “homem de confiança” (outra expressão bonita da crônica esportiva brasileira) de Tita, completou os dez jogos e, louquinho pra se jogar na night, foi cobrar o dinheiro. A diretoria do Vasco não disse nem que sim nem que não, e isso, vindo do Vasco, a gente já sabe o que significa... Significa que “Deus me livre”!

Já passou da hora de o Vasco copiar a organização do Flamengo. O Mengo, sim, sabe administrar orçamento, montar elenco, planejar temporada. Esta semana a diretoria apresentou, toda contentinha, o saldo desse período de negociações. A ida de Marcinho para algum lugar deserto no Oriente Médio não rendeu muito: R$ 750 mil. Já a venda de Souza ao Panathinaikos valeu R$ 4,75 milhões. Negocião. Em condições normais, a Justiça exigiria que o Flamengo pagasse para alguém levar o Souza, mas a diretoria rubro-negra encheu os gregos de caipirinha e, depois de algumas doses, os fanfarrões não só pagaram caro pelo Souza, como já estavam quase querendo também o Toró. Nada que se compare, contudo, aos R$ 13 milhões que o clube embolsou com a ida de Renato Augusto para o Bayer Leverkusen.

Sim: dezoito milhões e meio, somando tudo. Aí, o Flamengo, montado na grana, mostrou como é que se faz. Saiu às compras. Mas com cautela. O bom e barato, afinal, é uma receita que já rendeu frutos a muitos clubes. O Botafogo, por exemplo, foi até vice-campeão da Série B, usando essa estratégia.

Primeiro veio Eltinho, que estava no Cruzeiro, embora em toda a Grande BH ninguém soubesse disso. Baratinho. Duzentas merrecas. Fernando, do Mixto, mais desconhecido do que o clube em que estava, não veio assim tão fácil. Duzentas mil e quinhentas merrecas. Sambueza é argentino, estava no River, sabe das coisas. Não ia vir levar bomba de graça no Rio. Custou R$ 750 mil. Vandinho, do Avaí, parecia que ia dificultar. Afinal, é rodado, seus olhinhos sofridos já viram de um tudo nessa vida, sabe o que acontece quando a torcida pula o alambrado. Mas saiu por R$ 400 mil. Fernandão, quem quer que seja, para escapar de uns judeus que lhe cobravam juros em Israel, onde jogava, quase pagou para vir. Custou ao Flamengo R$ 50 mil. Como quem poupa tem, sobrou grana para o Flamengo fazer uma presença com a torcida e trazer um nome de peso, de arrebentar, de calar a boca do Eurico Miranda. Assim se chegou a Marcelinho Paraíba, ao preço de quase R$ 1,8 milhão. Finalmente, mostrando que não ligam pra dinheiro, os dirigentes flamenguistas esbanjaram R$ 1,2 milhão com Josiel, que era do Paraná e estava curtindo um calor nos Emirados Árabes, e R$ 240 mil com o chileno Gonzalo Fierro.

Valeu a pena garimpar esses talentos. O Flamengo fez uma baita economia e conseguiu formar o maior elenco do futebol brasileiro: entre latino-americanos milongueiros, cariocas legítimos e refugiados de Israel, 38 sujeitos na Gávea estragando roupa, deixando torneira pingando e combinando balada. Depois, lembrando que o Caio Júnior é do tipo que valoriza até o terceiro reserva e gosta de saber de um por um, antes do treino, como é que vai a família, a diretoria do Flamengo, pra poupar trabalho, dispensou quatro e, malandra que só, convenceu o Paraná Clube a ficar com eles. Sem pagar nada. Só na amizade mesmo.

Vandinho é seguramente o símbolo dessa leva de reforços flamenguistas. Sua contratação mostra como a diretoria rubro-negra estudou cada contratação e fez os negócios com cuidado, buscando sempre o melhor para o clube. Tudo começou com um contato entre o Flamengo e o Avaí (o Flamengo, claro, prima pela ética, e não é do tipo que já vai pondo minhoca na cabeça do jogador, sem nem falar com o clube em que o sujeito joga). O Avaí, ao saber do interesse do clube carioca por Vandinho, generosamente, compreendendo o momento difícil, a necessidade da equipe da Gávea, não ofereceu obstáculo: permitiu que os flamenguistas se entendessem logo com o atleta. Vandinho também não precisou de mais que alguns segundos para fechar. Já estava com a caneta na mão, pra assinar contrato, antes mesmo de o contrato ser redigido. Saiu de Santa Catarina direto para o Rio. Não inventou que tinha de resolver “problemas particulares”, visitar a mãe não sei onde nem nada. Chegou, apresentou-se e foi treinar. Como a torcida gosta. Como tem de ser. O preparador físico do Flamengo, Ronaldo Torres, contudo, estranhou, já no primeiro treino, que o jogador praticamente não saía do lugar. Não se apresentava. Não pedia a bola. Só sorria e batia palma pra passe errado. Mas eram os primeiros momentos. Clube novo. Clube grande. Podia ser só timidez, nervosismo, saudade do baião de dois da avó. Mas no segundo treino foi a mesma coisa. Ronaldo ficou de olho e, como o desempenho do atacante não melhorava, depois do jogo contra o Goiás, em que Vandinho foi substituído e saiu manquitolando, encostou o cara na parede. E a verdade, sempre tão bela, apareceu: “Ele já tinha um problema na coxa quando ainda estava no Avaí. Escondeu a contusão com medo de que a negociação pudesse ser cancelada”, revelou Torres. Vandinho, o sincero, explicou à imprensa que fez isso por amor, para realizar seu sonho de jogar no Flamengo.

O Flamengo é mesmo um sonho! É um dos raros clubes que tem a coragem de dispensar o exame médico pré-contratação, essa burocracia dos diabos, que só serve pra atrasar o registro do jogador na CBF. O Palmeiras também já fez muito isso, com sucesso, quando contratava Pedrinho e Jardel de olhos fechados, sem checar referências e confiando na palavra do atleta.

Vandinho, de qualquer modo, logo deve voltar, novinho em folha. E é importante que, nessa hora, o torcedor saiba perdoar o atleta. É importante apoiar o jogador e esse maravilhoso grupo de trinta e quatro guerreiros. A palavra de ordem tem de ser uma só. Um só discurso, um só coração. E a frase certa para unir Caio Júnior, elenco e torcedores nesse momento é aquela que os vascaínos conhecem melhor do que ninguém: “Deus me livre”!