sábado, 8 de novembro de 2008

Japão na bola. E não é videogame


Lembra de quando o futebol japonês virou uma razoável atração no Brasil? Foi ali no começo da década de 90, quando o Zico foi ensinar pra moçada com quantos palitinhos se fazia um travessão. Naquela época, o pessoal falava de Kashima Antlers como se fosse algo sério, dava a escalação do Gamba Osaka e sabia que Urawa Reds não era uma marca de televisores de tela plana. A disputa da "J. League" - ou "Japonezão", para os íntimos - virou até jogo de videogame dos mais buscados nas locadoras de cartuchos de Super Nintendo.

Depois da febre do Galinho de Quintino, no entanto, a mídia brasileira foi apresentada a uma coisa chamada fuso-horário e percebeu que não dava pé investir tempo, dinheiro e preciosas horas de Fernando Vannucci no torneio da terra do sol nascente. (Aliás, dizem as más línguas que, depois de umas aulas sobre meridianos e rotação da Terra, o Luciano do Valle nunca mais foi o mesmo. Pura especulação).

Aqui nas bandas asiáticas, no entanto, o Japão não desistiu nunca, como podem estar pensando os caríssimos leitores. Enquanto o ocidente insensível volta seus olhos esbugalhados para a Copa dos Campeões da Europa, a turma daqui vai de Copa dos Campeões da Ásia e passa muito bem, obrigado. O torneio, que envolveu até sua fase semifinal o glorioso Bunyodkor, do Uzbequistão, time do Rivaldo e treinado pelo mesmo Zico, aguarda agora o jogo de volta da final entre o australiano Adelaide e o já citado Gamba Osaka.

Na primeira partida, o Osaka enfiou uma sacola de 3 x 0 na turma do canguru. O próximo duelo será no dia 12, mas acho que a taça vai mesmo pro Japão, a não ser que o Adelaide se revele uma espécie de LDU do outro lado do Pacífico. Vale lembrar que o Osaka joga com Lucas, ex-Atlético Paranaense. Também vale lembrar que Amaral, o cabeça-de-área de Notre Dame, atua hoje em dia nos gramados australianos. Mas não é no Adelaide, ele entra em campo pelo Perth Glory. Evitou o vexame, ao menos.

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