sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mais queimado que a pira olímpica

Os Jogos Olímpicos ainda nem começaram direito e já tem mulher chorando! Larissa, do vôlei de praia, desabou ao despedir-se da amiga Juliana, que não se recuperou de contusão e deu lugar a Ana Paula, aquela mesma, a eterna musa das quadras. Ninguém jamais saberá se o choro era de dó da companheira machucada ou de desespero de ter de estrear amanhã jogando ao lado de uma pessoa com quem nunca sequer treinou e com quem só treinará poucas horas antes da primeira partida, numa quadrinha descolada pela delegação brasileira na base do xaveco. Larissa está afobada à toa. Esse negócio de jamais ter jogado junto nunca foi empecilho pra nada. Ronaldo e Adriano também jamais jogaram juntos, mesmo estando a poucos metros um do outro, no ataque da Seleção, em 2006, e isso não impediu Ronaldo de cuidar da própria vida e sair da Alemanha como o maior goleador da história das Copas, absolutamente indiferente ao que Adriano fazia enquanto isso ali do lado. Faz o teu, Larissa, e deixa a Ana Paula levar torcida, que o que vai de homem atrás dela é inacreditável! E não há aqui nenhum duplo sentido em “o que vai de homem atrás dela”, antes que me acusem de tratar mulher que nem o Émerson Leão trata.

Se tudo der errado, resta a Larissa o consolo de pensar que nada no mundo pode ser pior do que jogar no Flamengo. O Flamengo vai treinar, o torcedor joga bomba. O Flamengo vai jogar com o Goiás, o torcedor joga bomba. É o acordo do ano: a torcida joga bomba e o time não joga nada! O Flamengo tá mais queimado que a pira olímpica!

Muito mais civilizada é a torcida do Náutico, que protestou atirando pipoca nos jogadores. Deu tão certo a manifestação, que Everaldo, zagueiro do time, tomou a iniciativa de conversar com os torcedores. Os caras perguntavam e Everaldo respondia. As perguntas eram duras, mas o zagueiro tinha explicação para tudo, tinha sempre uma boa resposta na ponta da língua. Parecia aquelas disputas de repentistas, muito populares no nordeste. Até que, uma hora, um torcedor perguntou ao atleta sobre o próximo jogo da equipe: “Se a gente não ganhar do Santos, vai ganhar de quem”? Essa resposta Everaldo está procurando até agora...

Se o Náutico não ganhar do Santos, meu conselho ao torcedor pernambucano é um só: faça como Larissa – chore! Mas chore mais do que todas as mulheres juntas ainda chorarão em Pequim, isso se o Flamengo não inventar de excursionar por lá e tudo não acabar em bomba.

Por falar em Santos, na Vila Belmiro também teve empurra-empurra e ameaça de bomba, na quarta-feira. Mas a diretoria agiu logo e mandou chamar o único homem capaz de garantir a segurança dos jogadores santistas num momento como esse: Serginho Chulapa, imenso e com aquele velho gingado. Ele está de volta à comissão técnica do clube, oficialmente como auxiliar, mas, na prática, para distribuir pescotapa em quem sonhar chegar perto do vestiário sem autorização. Tá com o Chulapa, tá com o Chuck Norris. Não tem pra Pequim nem pra ninguém – a Vila deve ser o lugar mais seguro do planeta nesse momento. A única coisa que os jogadores do Santos têm a temer agora é o próprio Serginho Chulapa...

Nenhum comentário: